Um dos fatores que mais causam problemas no planejamento de um empreendedor é entender sobre como ele deve precificar os seus produtos e serviços. E disso, não há um setor que escape.
Os donos de açougues e casas de carne, por exemplo, têm que lidar com diversos custos operacionais e que podem afetar consideravelmente a forma com que os seus preços devem ser calculados.
Se pararmos para pensar rapidamente, já podemos encontrar alguns fatores que afetam o preço da carne que sai do frigorífico e chega ao expositor:
- Contas de luz, água e internet do açougue;
- Taxas das maquininhas de cartão de crédito;
- Comissões dos aplicativos (caso o açougue venda pelo iFood, por exemplo);
- Custo com mão de obra (salários, FGTS, INSS, entre outros);
- Taxas e impostos.
São tantos os motivos que podem encarecer a operação de um açougue, que é normal haver uma confusão para definir qual é o preço justo ou correto que se deve cobrar pela carne vendida.
Muitos empreendedores, sem conhecimento, acabam apenas colocando um aumento em cima do valor comprado do fornecedor, mas essa estratégia pode trazer sérios problemas na organização, sobretudo com relação a saber se está realmente lucrando ou não.
Se você tem dúvidas sobre com precificar a carne que vende no seu açougue, conte conosco! Vamos te mostrar neste artigo quais são as melhores formas de realizar essa tarefa. Continue lendo!
Precificar a carne no açougue – passo a passo!
1. Entenda quem é o seu fornecedor e como você irá vender a carne
Primeiramente, é importante saber quem é o seu fornecedor e quais os valores praticados por eles. Há açougues que dão preferência para as peças prontas e embaladas, de grandes marcas nacionais como a Friboi, Marfrig e entre outras.
Quando você escolhe uma dessas opções, as coisas ficam mais fáceis.
Isso acontece pelo fato de que as carnes já vêm preparadas para a venda e por isso, há redução em custos de desperdício, visto que, não se precisa ser feito nenhum tipo de corte.
Por isso, realizar a precificação deste produto se torna mais fácil e menos confuso. Entretanto, quem vende apenas carnes dessa forma pode ter problemas com a margem de lucro, que costuma ser mais baixa.
Por outro lado, há quem prefira utilizar apenas carnes provenientes de frigoríficos locais.
Nesse caso, é importante verificar questões que envolvem a venda das peças com osso ou sem osso, por exemplo, além de saber qual a porcentagem de cada corte está sendo comprada.
2. Entenda qual é o público que compra carne no seu açougue
Embora não seja de fato uma etapa da precificação da carne, entender o poder aquisitivo do seu público ajudará você a formular melhor a carta de produtos vendidos no seu açougue, dando preferência a tipos de carnes que estejam mais adequados aos seus clientes.
Nesse sentido, a localização do seu açougue e a clientela que você já tem (ou cogita ter) podem fazer diferença em cálculos de margem de lucro e o nível de qualidade do fornecedor do qual você precisa comprar.
Um exemplo bem simples para entender o quão importante essa questão pode ser no dia a dia do seu negócio: imagine um cliente que mora numa região nobre da cidade indo comprar carne em um açougue. É muito provável que ele o faça num açougue de nível mais elevado, onde as carnes nobres são carros-chefes.
Nesse caso, ele normalmente está mais disposto a pagar a mais pelas carnes nobres, mas também por outros produtos. Como dizem: é tudo questão de experiência, não apenas da carne que ele está comprando.
Além disso, para atingir esse público, você provavelmente deverá estar situado numa região mais privilegiada e, por consequência, também terá que gastar mais com o aluguel.
Dessa forma, esses custos precisam ser repassados ao consumidor, que paga pela comodidade de estar nesse ambiente, além da carne.
3. Estude o mercado onde você está inserido
Ninguém melhor do que você mesmo para saber quem são os seus concorrentes e o que eles estão fazendo para vender.
É importante pesquisar preços, verificar as promoções dos estabelecimentos vizinhos e entre outros pontos.
Além disso, saber quem são os melhores fornecedores para o seu negócio faz toda a diferença para que você ganhe margem e possa trazer preços melhores aos seus clientes.
Sendo assim, invista um tempo do seu trabalho em pesquisa e verificação de preços. Isso pode tornar a sua vida como empreendedor e dono de açougue muito mais fácil.
4. Faça uma planilha de custos para o seu empreendimento todo
Ter uma planilha com os custos fixos e variáveis em qualquer negócio é algo fundamental e que não se deve ignorar.
Quando fazemos isso, conseguimos entender quanto precisamos vender para o negócio ser de fato sustentável e lucrativo.
Então, prepare uma planilha (ou baixe a planilha que preparamos) que contemple todos os custos que citamos.
Os custos fixos (aluguel, conta de luz e água, funcionários, entre outros) devem funcionar como uma meta inicial de faturamento a ser batida — quanto mais você vender, mais você tende a lucrar.
Por outro lado, os custos por venda (os variáveis) também devem ser calculados da forma correta. Nisso, podemos incluir fatores como a taxa das maquininhas, por exemplo.
Ao realizar este estudo, você pode passar para o próximo passo, os quais são definir a margem de lucro ideal para cada produto dentro do seu açougue.
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5. Definindo a margem de lucro dos produtos vendidos no açougue
O último passo, é certamente um dos mais relevantes, é a definição da margem de lucro correta no açougue. Com a planilha de custos feita, essa definição fica mais fácil de ser realizada.
O mais indicado a se fazer, é determinar qual a contribuição (ou seja, porcentagem) de cada parte do boi no peso a ser vendido e colocar a margem bruta em cada uma destas partes.
Suponhamos que você tenha comprado um boi inteiro por R$1500,00 e nele contenha apenas 3,5 kg de picanha. Qual será a precificação dessa parte do boi e qual lucro ela gerará?
Pensando desta maneira, você poderá precificar a carne do seu açougue por partes, visando uma margem de lucro a partir de cada produto.
6. Utilize o Markup para saber qual é o seu lucro de verdade
O Markup é um conceito bastante usado tanto em contabilidade quanto economia, que garante que o preço final do produto cubra todas as margens de custo fixo e variáveis.
Dessa forma, a margem de lucro ficará clara para todos os produtos, facilitando o entendimento financeiro do negócio.
Na prática, você deve fazer a seguinte conta para precificar a carne no seu açougue:
PV = CV X (1 + LP).
Onde:
PV: Preço de venda ao consumidor final;
CV: Custo de venda;
LP: Lucro pretendido, markup em percentual.
Dessa forma, se você teve um custo total de 25,00 numa peça e quer aplicar um markup de 40%, a conta ficará assim:
PV = 25,00 x (1 + 0,4) = 25 x 1,4 = 35,00 (10,00 de lucro por peça).
Nesse sentido, é importante que você utilize o conceito de markup como uma ferramenta, mas sem ficar dependente dela. A margem média de um açougue ao final do balanço varia entre 30 a 45%, isso conforme questões como público alvo e redução de custos.
Conclusão
Manter um açougue ou uma casa de carnes nem sempre é uma das tarefas mais simples, sobretudo quando existem diversos fatores que afetam a precificação da carne.
Contudo, tomando as atitudes corretas, como entender quem é seu fornecedor e como você fará a venda da carne e estudar melhor o mercado em que está inserido, é possível acertar na precificação das carnes do seu açougue.
Esperamos que este conteúdo tenha te ajudado. Acesse nosso blog e conte com a Norte Refrigeração para mais conteúdos como este.
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